quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O rumo natural das coisas

Sempre está acontecendo
Algo, em algum lugar, alguém
Alguma coisa está morrendo
Sem porquê nem porém

Ninguém pede pra nascer
Alguns pedem pra morrer
Ninguém me explica nada

Sigo com o lema dos tolos
Esse que a vós anuncio
Nas linhas que seguem, enuncio:

"Aos que te seguem, o desdém
Aos que te odeiam, a reverência
Aos mais rápidos, a preferência
E aos mais calmos, a paciência"

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Um homem precisa viajar

Durante esses alguns dias que passei fora do Brasil, vivenciei muitas experiências, boas e ruins. Aprendi a ver o mundo de uma maneira diferente, tanto na minha vida pessoal como acadêmico-profissional. Um dos meus lemas, foi "um homem precisa viajar", retirado de um texto de um cara foda, chamado Amyr Klink que, por exemplo, cruzou, num barco à remo, o Oceano Atlântico.

Acho que esse texto resume bem (se é que é possível resumir de alguma maneira) os motivos pelos quais decidi viajar. Os motivos pelos quais viajei de bicicleta, a pé, de carona, de ônibus e de avião. Os motivos pelos quais dormi em casas de amigos, em albergues, hotéis e barracas (ou similares). Enfim, sem mais delongas, aqui vão meus motivos:

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

Amyr Klink

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A função

Estimado leitor deste abandonado muquifo virtual,

Cá estou. Eis me aqui.

Primeiramente gostaria de pedir, clamar, implorar o perdão de meus assíduos consumidores de matéria textual pelo parcial fracasso da previamente proposta série Conhecendo o Recife. Parcial porque ela me serviu. Me serviu pois abriu meus olhos e revelou nuances de uma cidade altamente complexa e que ainda muito me intriga. E isso se confirma ainda mais agora que, longe de casa, sinto-me mais brasileiro, nordestino e recifense. Mais do que nunca. Cheguei, ainda em terras tupiniquins (obviamente), a realizar a primeira da expedições pela Cidade Maurícia por alguns bairros já conhecidos. Entretanto, por motivos de inconsistência metodológica, não pude dar cabo à mesma. Quem sabe, um dia retome-a.

Mas não vim aqui para fazer um pedido público de desculpas. Vim aqui para escrever. Não compreendo completamente os motivos que me levam a publicar tais rarefeitas e rebuscadas postagens. Inicialmente, acreditava que o vir-a-ser deste blog era uma plataforma de compartilhamento de ideias, um fomentador de buscas pela inalcançável verdade que maleavelmente nos escapa. Não acredito que este potencial esteja esgotado, muito menos que a permissividade de mudar de ideia que sempre regiu estas terras acabou. No entanto,  a linguagem (numa de suas metalinguísticas artimanhas) veio a permitir que o Coerência Metamórfica justificasse a si mesmo e, naturalmente mudasse de cor, de sentido, de função. Enxergo-o e Ele próprio o é, hoje, mais um depósito de ideias, um backup de expressão e linguagem. Como uma Penseira do Dumbledore, porém em estado de superposição quântica (no sentido de que, excluindo-se a indicação de data no canto superior direito, todos os posts guardam em si um pedaço de minha mente em diferentes estados e coexistem estáticos (no tempo), num ambiente que pode ser descrito como um alter ego virtual). Mais ainda, a observação sua provoca uma alteração em tal estado. Tal combinação de pedaço mental e leitura, ambos dependentes do tempo, geram, então, uma "infinidade" de eus, aqui expostos para achincalhamento público. Esporadicamente, uma catarse textual, fluída como uma música, remove de minha mente ideias, como numa cirurgia de remoção de um nódulo no cérebro, benigno ou maligno, mas que, caso não fosse removido, obstruiria um espaço a ser ocupado.

Assim me despeço e peço que sejam benevolentes com todas essas palavras. A ferrugem que trava minhas articulações não permite muito mais do que isso. Não me entendam mal, mas não façam disso algo importante. Independente da leitura, o blog vê aqui sua função finita, seu sentido existencial plenamente realizado eternamente enquanto agora. Palavras permitiram um alívio da pressão nas artérias que alimentam a minha mente, é isso.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Conhecendo o Recife #0 - Começando

Distinto e nobre leitor deste estapafúrdio recinto de letras,

Após um longo tempo sem postagens, decidi retornar e tomar vergonha na cara para encarar (retomar) meu "novo" projeto: conhecer o Recife. O que me trouxe de volta a terras tão longínquas? Bem, caso não saibam, pretendo viajar. (Em breve, para a Chapada Diamantina, em setembro para a Terra da Rainha, pelo Ciência sem Fronteiras.) Então, nada mais justo do que, antes de conhecer Londres e terras adjacentes, conhecer minha própria cidade, minhas raízes, meu chão.

Pois bem, voltando ao Recife. Tive essa ideia de dar uma de turista pela minha cidade, após ler uma reportagem numa edição especial da revista Algo Mais. Citando a própria:

"Em meados do século passado, o poeta e jornalista Eugênio Coimbra Júnior mantinha o hábito de visitar de ônibus o bairro da Várzea. Ia e voltava desfrutando da paisagem sempre como se fosse a primeira vez. O exemplo de Coimbra inspira um desafio: quem pode dizer que conhece o Recife tão bem que não se surpreenda com novas revelações?"

Tomei esse desafio pra mim e aqui explico como pretendo cumpri-lo. Primeiramente, tomei como base a divisão político-administrativa de Recife, em 6 RPA's (Centro,  Norte, Nordeste, Oeste, Sudoeste e Sul) e então sua divisão em bairros. Como não tenho a pretensão de fazer um estudo científico de Recife, segui minha intuição e meu pequeno breve conhecimento sobre a cidade, para traçar um roteiro que seja interessante para mim (e porventura para quem se arriscar a ler sobre isso). Não pretendo divulgar o roteiro completo (até porque este não existe), mas digo que começarei pelo meu bairro, Casa Forte, na RPA 3, Norte. Vou aproveitar minhas curtas férias e começar: não espero que esse processo seja algo linear, constante, pois meu tempo é confuso, mas um começo é um começo e ponto. Qualquer sugestão, estamos aí!

domingo, 5 de maio de 2013

Vida

Hoje me deu uma vontade de falar da vida. Depois de ler um texto lindo foda sobre "O que falar sobre alguém que está prestes a morrer?" de um cara chamado Frederico Mattos, bateu essa vontade. E, à luz da clareza de ideias, da limpeza mental que só uma boa dor de cabeça proporciona, resolvi escrever esse post.

Escrever sobre a vida meio que contradiz tudo que eu penso sobre ela. É querer problematizar a existência. Quando na verdade, é tudo muito simples (não é não). Quando se vive com convicção de ideias, com certeza de que o presente é tudo aquilo que se pode viver (o passado, como diz o próprio nome, passou, e o futuro...), com aceitação e compreensão da nossa indiscutível incapacidade perante boa parte da vida, tudo se resume a viver. E falar qualquer outra coisa se torna redundante, a partir daí. É claro que, no fundo, tudo é uma grande confusão de sentimentos, incertezas, erros, arrependimentos, acertos, alegrias... Mas, sim, é possível enxergar claramente através disso tudo. Tirando o saldo, pesando na hipotética balança pós-mortis (pois é, depois de morrer eu acho que a gente vai ter um tempão pra ficar pensando besteira), o que sobra, na minha humilde visão, é o riso, o olhar, o beijo, o toque. As mais puras expressões do amor. Sobra aquela bagunça que fica a sua casa depois de uma festa com os amigos. Ou aquelas lembranças borradas da noite que se passou. A vida é complicada, mas não tem que ser difícil. Aproveite.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Conhecendo o Recife!

Assíduos leitores do meu pouco visitado blog,

As férias chegaram, e com elas, um pouco mais de tempo para me empenhar a realizar antigos projetos. Há tempos, penso o quão pouco eu conheço o Recife, mesmo amando a minha calorenta cidade. Então, resolvi empreender uma "viagem" por alguns pontos da nossa pólis. De bicicleta, carro, barco, avião, ou a pé, percorrerei lugares turísticos, conhecidos ou não, emblemáticos, ou simplesmente lugares que eu acho que possuem um ambiente interessante. E para não passar em branco, compartilharei tudo aqui com vocês, nessa nova série do blog: Conhecendo o Recife. Ainda não sei quantos posts terão a série ou com que regularidade será postada, mas em breve virá o primeiro post, com fotos, vídeos, textos, músicas, enfim tudo o que aquele local evocou em minha memória.

Abraços e até breve,

Vinícius Almeida.

sábado, 20 de abril de 2013

Ode ao tempo

Ó tempo
Deus inconsciente de nossa existência
Ou melhor, a existência (pois afinal, onde estamos, senão boiando no espaço cósmico do tempo, seguindo no sentido do caos)
Criador e destruidor do ócio

Ó tempo
Arma apontada diretamente à minha cabeça
Lembrando-me, a cada instante
Do nosso eminente "fim"
Que não é nada mais que
A destruição do tempo
A permanência
Estática